sábado, 3 de abril de 2010

OLHARES DA MÍDIA

A paixão conservadora

Por Washington Araújo em 2/4/2010 no Observatório da Imprensa

Jornais e revistas de grande circulação, redes de TV e rádio com os maiores índices de audiência continuam se alinhando com as forças do atraso, mesmo em seu momento de maior refluxo. Em um tempo em que o mercado demonstra ser incapaz de prover solução aos graves problemas que afligem a maior parte da população, esses veículos parecem inteiramente desnorteados ao ver seu prestígio, poder de influência e capacidade de influenciar opiniões em franco declínio.

Se há dez ou quinze anos um escândalo tinha sempre sobrevida para freqüentar as capas das revistas semanais, primeiras páginas dos jornalões e lugar de destaque na escalada dos maiores telejornais da noite, hoje os escândalos têm vida curta, começam como pequenas ondas e, como elas, terminam sem nunca alcançarem o apogeu. Acontece que escândalos fabricados nascem com prazo de validade vencido. E se conseguem repercutir por três dias, uma ou duas semanas, já é um feito e tanto. O expediente, de tão usado, perdeu o impacto; as pessoas comuns torcem a boca, esboçam sorriso maroto e nem se dão mais ao trabalho de acompanhar a história.

Tema vital

O conservadorismo mostra sua cara quando insiste em menosprezar a legitimidade de, por exemplo, o Bolsa Família de Bolsa Esmola, Bolsa Mendicância e Bolsa Vagabundagem. E apresenta-se de corpo inteiro quando rechaça políticas de ação afirmativa como a de garantir aos afrodescendentes, aos índios, aos ciganos, facilidades para o acesso à educação universitária.

Como muitos medicamentos, o conservadorismo tem como princípio ativo o olhar de soberba, de cima para baixo, a não aceitação que o pessoal do andar de baixo tem os mesmos direitos que os do andar de cima, que a lei é soberana para todos e que a esta todos devem se submeter. O conservadorismo chega a ser um estilo de vida, uma forma de lutar contra qualquer forma de inclusão, seja social, cultural, digital.

A mídia potencializa o conservadorismo quando criminaliza movimentos sociais e interdita o debate sobre liberdade de expressão criando cortinas de fumaça em torno do que deseja, realmente, preservar. E o que ela anseia com todas as suas forças e meios nada mais é que perpetuar a concentração da propriedade dos meios de comunicação, mantendo como cláusula pétrea de sua atividade a compreensão de que, ao contrário do que reza a Constituição federal, não compete ao Estado lançar seus olhos sobre os meios de comunicação que atuam no segmento do rádio e da televisão.

Em outras palavras, pode-se afirmar que qualquer mudança no modus operandi do Estado em relação a este tema vital para a sociedade seria visto como crime de lesa-pátria. Há que se manter aquele conceito de propriedade vigente por tanto tempo à época do Brasil Colônia – o das sesmarias.

Interesses ocultos

Não podemos esquecer que a grande mídia sente uma atração fatal pelas forças do atraso, pelo endeusamento do mercado, pela negligência dos direitos dos oprimidos. No caso do Brasil, estou bem convencido que a grande mídia brasileira é...

** ... a mesma mídia que foi contra o governo de Getúlio Vargas e seu projeto nacionalista e popular, levando-o ao suicídio;

**... a mesma mídia que se posicionou fortemente contra o governo de Juscelino Kubitschek;

**... a mesma mídia que apoiou o golpe militar de 1964;

**... a mesma mídia que apoiou a ditadura (e hoje tenta reescrever a história dizendo que foi contra a ditadura ou ocultando que lhe foi favorável);

**... a mesma mídia que abafou a inspiradora campanha das "Diretas já!", engolfando o Brasil de norte a sul;

**... a mesma mídia que na eleição de 1989 tentou convencer a população que o Lula e o PT eram responsáveis pelo seqüestro do empresário Abílio Diniz;

**... a mesma mídia que apoiou Fernando Collor e editou o debate final naquela eleição em favor dele;

**... a mesma mídia que abafou a crise econômica e o fato de que o Brasil estava quebrado durante a eleição de 1998, favorecendo decisivamente a reeleição do presidente;

**... a mesma mídia que publicou ficha apócrifa de Dilma Rousseff como se fosse original dos arquivos da ditadura;

**... a mesma mídia que assacou de forma impiedosa contra a honra e os valores morais do presidente da República no sórdido episódio protagonizado por Cesar Benjamin;

**... a mesma mídia que boicotou solenemente (e desmereceu) a 1ª Conferência Nacional da Comunicação, e que apoiou de maneira irrestrita e apaixonada o 1º Fórum Democracia & Liberdade de Expressão, patrocinado por seu Instituto Millenium;

**... a mesma mídia que se aproveita da liberdade democrática para servir a interesses ocultos, geralmente manipulando as informações e o conhecimento, visando produzir apenas indivíduos dotados de opiniões, não de conhecimento, nem de sabedoria.

Estrago irremediável

O debate que interessa às massas da humanidade mudou de eixo há mais de 20 anos. Enquanto corpos editoriais foram conservados no formol do falso intelectualismo, o mundo girou e a Lusitana – aquela famosa empresa carioca de mudanças – rodou muito. Só a mídia não viu. Ou não quis ver. Ou se fez de rogada.

O leitor escolhe a situação. A grande imprensa divulgou o momento mesmo em que foi derrubado o muro de Berlim, mas não captou o evento em sua inteireza, em sua magnitude. Com a queda do reboco do infausto muro o mundo se libertou da opressão ideológica e mesmo que o capitalismo tenha se autodeclarado vencedor, a verdade é que não houve vencedores, apenas vencidos. Há muito que o capitalismo deixou de prover soluções duradouras para a manutenção da paz no mundo, há muito que o sistema renunciou à missão de saciar a fome que aprisiona 2/3 da espécie humana, há muito que se esvaziou o papel da Organização das Nações Unidas como símbolo de equilíbrio da ordem mundial.

Nada disso foi manchete porque nada disso foi notícia para um jornalismo ávido por sensação e alheio a percepções; para uma mídia ciosa por manter seu próprio muro de Berlim, tão bem simbolizado por seu extremo partidarismo, por sua cruel parcialidade na hora de decidir o que pode e o que não pode ser tratado como notícia.

Essa mídia, que tantas vezes avocou para si a missão de tribunal plenipotenciário e que deveria ter por obrigação informar a população, assume a missão de julgar e condenar desafetos políticos, lançando na fogueira da cobertura jornalística precária e tendenciosa pessoas que deram o melhor de si para construir um país mais justo. Do mesmo jeito como atuaram no escabroso caso da Escola de Base, em São Paulo. Ali tudo teve início, é bom recordar, para não esquecermos do quão abusiva pode ser a mídia, quando "duas mães de alunos dessa escola deram queixa na delegacia de que seus filhos de quatro e cinco anos estariam sendo molestados sexualmente na escola, e talvez, levados numa Kombi para orgias num motel, onde seriam fotografados e filmados". O delegado de plantão, não apenas acolheu a denúncia como teve a iniciativa de alardear junto à imprensa o teor da denúncia demolidora, antecipando uma condenação dos donos da Escola Base, Maria Aparecida Shimada e seu marido, Icushiro Shimada.

Resumo da história: só no final do inquérito, dez anos depois, os proprietários foram declarados inocentes.

Neste caso específico com exceção do jornal Diário Popular, fizeram parte da onda acusatória contra os proprietários e funcionários da Escola Base a Folha de S.Paulo, O Estado de S.Paulo, SBT, TV Globo, Veja, TV Record, Rádio e TV Bandeirantes e IstoÉ. Escrevendo sobre o caso, o psicanalista Raimundo de Lima destacou que "as indenizações obtidas por danos psicológicos, morais e materiais não conseguirão reverter o que eles perderam de saúde, de dignidade, de imagem pessoal e profissional limpa perante a sociedade. Não conseguirão reaproximar casais, pais e filhos e amigos, todos afastados pela contaminação do veneno da delação e da acusação vazia".

Lições de Reich

A execração pública dos proprietários da Escola Base foi um dos episódios mais perversos protagonizados pela grande imprensa brasileira. O caso mostrou à larga quão insidiosa pode ser a imprensa quando descuida de seu dever básico – a busca da verdade. Guardando-se as proporções, o sofrimento causado aos donos da Escola Base guarda paralelos com aquele sofrido pelo capitão Alfred Dreyffus, na França, no limiar do século 19. Neste episódio as honras da justiça foram feitas por um cidadão extraordinário, o escritor Émile Zola. A ele, tão somente, coube a missão de reconstruir os pilares da justiça e seu libelo "J´Accuse!" (Eu acuso!) é uma das mais instigantes peças jamais escritas em defesa da justiça e da liberdade humana. Conta-se que, ao insurgir-se contra a imprensa francesa e contra as forças armadas da França, Zola dedicou o melhor dos seus talentos, seu tempo, suas finanças, sua saúde. E é fato que enquanto na fria madrugada parisiense uma luz bruxuleava (sempre quis usar esta palavra!) no andar térreo da casa do notável escritor, isso era sinal de que a consciência da França estava acesa.

Deixemos São Paulo e Paris de lado e voltemos ao tema. Pois bem, não se trata de ser de direita ou de esquerda porque essa discussão há muito passou a se assemelhar àquelas infindáveis discussões para saber qual era o sexo dos anjos. O debate atual – e aquele que realmente importa – é o existente entre os que têm (educação superior, cargos, títulos, riqueza) e os que não têm (saneamento básico, educação formal, emprego). Neste debate o papel da imprensa é crucial. Porque precisamos tratar mais do mundo que queremos do que do mundo que temos. Pensar hoje nas gerações futuras. Mas como fazer isso se, lamentavelmente, sabemos quão conservadora é a nossa grande imprensa, quão imediatista, quão dissociada da defesa dos valores humanos ela vem se mostrando?

O austríaco Wilhelm Reich (1897-1957), considerado gênio por alguns e louco por outros, foi o maior revolucionário da Psicologia do século 20. Pioneiro da revolução sexual, precursor dos movimentos ecológicos e da psiquiatria biossocial, Reich desenvolveu também artefatos usados na cura do câncer e na diminuição dos efeitos negativos da energia nuclear. É dele uma frase que tem me incendiado a imaginação sempre que me ponho a pensar sobre a mídia que temos e aquela que gostaríamos de ter. Eis a frase:

"Cada ato mesquinho nosso faz retroceder de mil passos qualquer esperança que possa restar quanto ao nosso futuro".

domingo, 21 de março de 2010

Vermelho

Socorro: a quem interessa pressionar Lula e o Brasil contra Cuba?

No ano do 51º aniversário da Revolução Cubana — marco da luta latino-americana pela autodeterminação dos povos —, os setores mais conservadores da comunidade internacional deflagraram nova campanha contra Cuba.

Por Socorro Gomes*, no site do Cebrapaz

A escalada teve como estopim a morte, em 23 de fevereiro, de Orlando Zapata Tamayo — um cubano de 42 anos, detido nos marcos da legalidade por “delinquência comum” (e não um “preso político” nem “dissidente”), que estava em greve de fome havia 85 dias.

As agressões partem desde a Casa Branca, o Parlamento Europeu e da base conservadora do Senado brasileiro até os conglomerados midiáticos, passando pelas famigeradas ONGs tão subservientes aos interesses imperialistas. Com muitas insinuações — mas sem apresentarem um único indício de tortura, sequestro e desaparecimento em Cuba —, levantam a grita para clamar por sanções econômicas e, no limite, intervenções no regime cubano.

A Guillermo Fariñas Hernández, outro cidadão cubano em greve de fome — mas já solto, livre! —, o governo propôs até uma licença de emigração para a Espanha, recusada por ele e, claro, pelas forças subversivas que lhe dão apoio.

O excesso de cinismo desses grupos não mereceu respaldo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que com razão comparou o status jurídico desses supostos “dissidentes” ao de rebelados em unidades prisionais de São Paulo. Declarou ainda que o governo brasileiro se relaciona diretamente com outros governos, e não com seus presos.

Da mesma forma, o Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz) repudia a ofensiva anticubana. Denuncia o caráter imperialista, a ingerência e a hipocrisia que cercam os discursos exaltados. Tudo se dá sob uma denúncia de pretensa violação dos direitos humanos, da qual até o Itamaraty e o governo brasileiro seriam cúmplices — apenas por respeitarem o princípio de soberania nacional.

A quem interessa a manobra para pressionar Lula e o Brasil a rasgarem suas biografias e, de uma hora para outra, se posicionarem como sabujos dos interesses do imperialismo estadunidense, da intromissão, da política de terrorismo de Estado? Por que a grande mídia brasileira e a oposição a Lula, liderada pelo PSDB, esbravejam com ardor para desestabilizar uma pequena e pobre nação caribenha, mas ignoram a prolongada e repugnante ocupação do Iraque e do Afeganistão? Sem contar a complacência com Israel e sua criminosa política de Estado contra os palestinos.

As mesmas forças contrárias a Cuba apoiam, em contrapartida, a instalação de bases navais americanas e a retomada da 4ª Frota no continente, fazem vista grossa à manutenção da prisão de Guantánamo, afrouxam o tom contra as guerras no Iraque e no Afeganistão, continuam a chancelar o golpe de Estado em Honduras, entre outros descalabros. Sequer mencionam os cinco cubanos patriotas e contraterroristas que estão ilegalmente presos nos Estados Unidos, sem direito à defesa, sob critérios abusivos.

É preciso apoiar a luta histórica do povo cubano pelo novo mundo e pela justiça social, contra as desigualdades, a fome e a opressão. Há cinco décadas, Cuba convive com um criminoso bloqueio econômico, que exaure — este, sim — a dignidade humana e põe 11 milhões de pessoas sob ameaça de asfixia.

Abaixo a escalada de agressões a Cuba, a intromissão e o bloqueio econômico!

Viva a heroica resistência do povo cubano em luta por autodeterminação e soberania.

* Socorro Gomes é presidente do Conselho Mundial da Paz e do Cebrapaz


Leia também: Como os ' dissidentes' de Cuba seriam tratados em outros países?

sexta-feira, 12 de março de 2010

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Caipora News - 2ª Edição

Bem vindos, leitores do Caipora News.


Nessa edição, reproduzimos entrevista do deputado estadual Major José Olímpio, concedida ao informativo Brasília Confidencial.


Participe! Comente os textos, leia o material disponível aqui e em outros blogues - clicando nos links disponíveis na lateral esquerda, e propague as informações para amigos, vizinhos, colegas de trabalho, etc.

Participe conosco desse projeto: você pode contribuir produzindo ou sugerindo textos para distribuição e adotando a prática da panfletagem em seu bairro, rua ou prédio. Conheça melhor a proposta clicando aqui.



ENTREVISTA / MAJOR OLÍMPIO, DEPUTADO PAULISTA QUE SAIU DO PV, MANDA RECADO À SENADORA

“Você não merece esse engodo”

Extraído do informativo online Brasília Confidencial n. 18, de 12.08.2009

http://www.brasiliaconfidencial.inf.br/


O deputado estadual Major Olimpio, de São Paulo, acaba de romper com o PV.
Em entrevista ao Brasília Confidencial, ele afirma que o PV abre mão até de seus projetos ambientais em nome de um “apoio cego” à aliança PSDB/DEM. Rebelado desde o início do mandato, em 2006, Major Olímpio aponta o fisiologismo do partido e a censura que o PV impôs a suas denúncias contra o Governo José Serra (PSDB). Para a senadora Marina Silva (PT), que pode fazer o caminho contrário, aderindo ao PV para concorrer à Presidência da República, ele manda um recado: “Você não merece esse engodo”.


BRASÍLIA CONFIDENCIAL. O senhor deixou o PV ou foi o PV que o deixou?
MAJOR OLIMPIO – Eu deixei o PV. Entrei com uma ação na Justiça, inclusive, alegando justa causa. Depois, recentemente, eles me procuraram para um acordo. Fiquei com o mandato e retirei a ação.


BC – O que o senhor alegou na ação?
MAJOR OLIMPIO – Até as censuras e discriminações que sofri. Fui proibido de falar em nome do partido. Fui excluído da vice-liderança… O caso é que, nas eleições passadas, o PV teve candidato próprio em São Paulo e, portanto, não compunha a base de apoio do José Serra (PSDB).


BC – O senhor faz oposição isolada ao governador Serra. Como isso começou?
MAJOR OLIMPIO – Eu não poderia jamais, como filho de servidor, como policial durante 29 anos, me prostrar diante desse desmonte, desse absurdo que o governador tem feito no serviço público, na polícia. Eu não me elegi para me prostrar diante do governador. O PV fez isso em troca de um cargo, de uma Secretaria de Assistência Social. E em troca de duas secretarias do aliado de Serra, o prefeito Gilberto Kassab (DEM). Eu descobri que a candidatura do PV foi um jogo de cena. Eu entrei nessa porque nunca tive muita habilidade política, nessa política de cartas marcadas. Eu não soube entender que era tudo uma grande armação. Foi uma campanha armada para que eles se jogassem depois nos braços de Serra e Kassab.


BC – Como o senhor percebeu isso?
MAJOR OLIMPIO – Logo no começo do mandato eu entendi. Meus sete colegas de bancada votaram em favor de vetos de Serra a projetos ambientais. Um deles era para a despoluição dos rios. É uma obediência cega ao Serra. Chega ao absurdo, ao desrespeito absoluto ao eleitor. Por causa do meu comportamento, fui destituído da condição de vice-líder e nem podia mais falar pelo partido nas sessões. Eu virei um deputado zumbi. Até meus projetos o PV mandou que eu retirasse.


BC – O senhor propôs uma CPI para investigar o Governo Serra?
MAJOR OLIMPIO – Sim, em 2007. Mas não consegui assinaturas suficientes. O fato é que os helicópteros da Polícia Militar viraram
táxi-aéreo de “aspones” e secretários do governador. Para você ter uma idéia, houve um sábado (em 2007) que o Goldman (Alberto Goldman, vice-governador de São Paulo) pegou seus chinelinhos e seu cachorro e chamou um “táxi-aéreo do governo”, que era, na realidade, um helicóptero de resgates da PM, para ir passear em Campos do Jordão. E isso ainda acontece nesse governo. As madames, mulheres dos usuários desse “serviço”, reclamaram então que nos helicópteros havia fuzis e elas não gostavam dos fuzis no seu táxi-aéro. Mandaram tirar; e a PM teve que retirar. Olha, isso é o fim do mundo. Mas o PV me mandou calar a boca.


BC – E o senhor não denunciou de outra forma?
MAJOR OLÍMPIO – Sim, pedi a CPI e também denunciei o caso à Procuradoria da Justiça do Estado de São Paulo. Sabe qual foi o resultado? O parecer foi de que esse uso dos helicópteros pelo governo é legítimo. Mesmo com as aeronaves de socorro. Então, o governador pode tudo.


BC – Houve alguma outra situação em que o senhor ficou indignado?
MAJOR OLIMPIO – Muitas. Quando houve a inundação no Maranhão, São Paulo mandou 30 bombeiros para lá. Eles foram enviados em um avião da FAB. Ajudaram e tal. Na volta, não tinha mais como eles voltarem no avião da FAB. Sabe o que o governo paulista fez? Nada.
Os 30 bombeiros passaram três dias molhados, feridos, cansados, no aeroporto do Maranhão. O governo paulista não queria pagar passagens para os 30 bombeiros voltarem para suas casas. Sabe como eles voltaram? Nós, policiais, pagamos as passagens para os colegas com um fundo nosso mesmo, que mantemos para garantir café e bolachinhas nos quartéis. Nós, policiais, pegamos desse dinheiro e pagamos as passagens para os colegas. Na volta, eles nos contaram que não receberam sequer as diárias pelos dias que passaram lá, ajudando a salvar vidas.


BC – Nesse momento em que o senhor rompe com o PV, a senadora Marina Silva (PT) avalia a adesão ao partido para garantir uma bandeira ambiental e disputar a Presidência daRepública. O senhor daria algum recado à senadora?
MAJOR OLIMPIO – Muito claramente: Marina, pense muito bem. Os princípios do PV são fantásticos no papel, na conversa. Mas não são reais. Você não merece esse engodo.


Veja também no Paulo Henrique Amorim 
Kassab de helicóptero. Os outros, de metrô
 
 

domingo, 9 de agosto de 2009

Caipora News - 1ª edição

Aos leitores do informativo Caipora News, sejam bem vindos ao nosso blogue.

Aqui você poderá comentar os textos que lhe enviamos, e terá a possibilidade de ler outros textos nossos.

Na lateral esquerda disponibilizamos também endereços de vários blogues informativos, para que você possa conhecer melhor o funcionamento de nosso país e dos bastidores do poder.

Participe conosco desse projeto: você pode contribuir produzindo ou sugerindo textos para distribuição e adotando a prática da panfletagem em seu bairro, rua ou prédio. Conheça melhor a proposta clicando aqui.

A seguir a primeira edição de nosso informativo.


Ou locupletemo-nos todos
Por Eduardo Guimarães, em 24 de julho de 2009
Veja mais em http://edu.guim.blog.uol.com.br/

Você está indignado com José Sarney porque ele conseguiu um emprego no Senado para o namorado de sua neta? Ok, pode ficar indignado. O que se depreende do fato, claro, é que Sarney e sua família tratam cargos públicos como se fossem de sua propriedade. 
O que você não tem direito de aceitar, porém, é que todos os outros homens públicos que usam a mesma prática, bem como a imprensa que só faz alarde desse tipo de caso quando lhe interessa, apontem o dedo única e exclusivamente para Sarney. Isso é hipocrisia do pior tipo.
No fim de março, por exemplo, descobriu-se que, tanto quanto o namorado da neta de Sarney, a filha do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, Luciana Cardoso, recebia proventos do gabinete do senador pefelista Heráclito Fortes sem aparecer no Senado para trabalhar, e ainda recebendo mais de R$ 7 mil mensais por isso, fora os benefícios.
O assunto, porém, ficou nas páginas internas dos jornais por dois ou três dias e nem deu as caras na tevê. Pergunte-se por que...
Alguns expoentes da imprensa oposicionista tais como o colunista e blogueiro da Veja Reinaldo Azevedo, por exemplo, “explicaram” a situação da filha de FHC dizendo que não viam nada demais no caso, pois quando se trabalha em casa acabar-se-ia “trabalhando mais” do que no local de trabalho de fato.
Diante disso, a rebenta de FHC pediu “demissão” do emprego no qual não trabalhava, e foi só. O caso ficou por ali, ao menos na imprensa, o que suscita várias questões:
Por que, com o namorado da neta de Sarney, está sendo feito todo esse auê na imprensa se com caso até pior da filha de FHC (porque ela não aparecia para trabalhar) não aconteceu o mesmo? Aliás, por que Sarney está pagando sozinho pelo que atinge quase todo o Senado e os partidos de oposição e governistas?
Repito a questão: por que grandes jornais, tevês rádios e blogueiros (Noblat, Josias, Esgoto etc) ligados a essa mídia aliada do PSDB e do PFL vêm dedicando 80% dos espaços que controlam a desancar Sarney se quando se descobriu fato tão grave quanto sobre a filha de FHC eles todos mal noticiaram o assunto? 
E quando o PSDB, o PFL e a imprensa associam Sarney a Lula por este se revoltar contra o massacre seletivo àquele, será que partidos e meios de comunicação oposicionistas acham que conseguirão com isso abalar agora a popularidade do presidente apesar de que ataques muito piores a ele nos últimos 6 anos só fizeram sua popularidade subir? 
Claro que não. O objetivo é derrubar Sarney e pôr o tucano Marconi Perillo no lugar dele para travar os projetos do governo no Senado, pois a Presidência da Casa tem esse poder. Daí, entraríamos no ano eleitoral de 2010 com o governo sem conseguir aprovar mais nada no Congresso, pois tudo que a Câmara baixa votar tem que ser ratificado pela Câmara alta. 
Se não fosse assim, o noticiário falaria de todo nepotismo, de todos os desvios de que acusam Sarney, mas frisando que começam pelo presidente do Senado e se estendem a este, àquele e aquele senadores, citando um a um, o partido de cada um e ressaltando que, indiferentemente de partido político, região do país, ideologia etc., ninguém tem moral para criticar ninguém.
Mas não, o noticiário faz crer que a derrubada de Sarney terá o condão de pôr as coisas nos seus devidos lugares. Enquanto isso, essa mesma imprensa não cobra investigação do caso da filha de FHC, um dos mais críticos em relação a Sarney. 
Para atingir esse objetivo, a coalizão formada por PSDB, PFL, Grupo Folha, Grupo Estado, Editora Abril, Organizações Globo, Rede Bandeirantes, TV Gazeta e todos os outros jornais, rádios e tevês afiliadas que gravitam em torno dos veículos nominados tratam de promover uma guerra psicológica contra a família Sarney. 
O objetivo é abalar moralmente inclusive os membros mais frágeis dessa família para que pressionem o patriarca para que desista e eles sejam todos deixados em paz, pois a família deve estar no limite da exaustão mental, o que pode explicar, inclusive, a esposa do presidente do Senado, dona Marli, ter rolado de uma escada e fraturado a clavícula em cinco lugares nesta quinta-feira.
A neta de Sarney cuja voz aparece nas gravações divulgadas na quarta-feira é obviamente bastante jovem e provavelmente deve estar desmoralizada junto aos amigos, colegas de escola, vizinhos etc. É quase possível vê-la aos prantos junto da avó e do pai (este também alvo dos ataques) por ter participado de uma prática comum a tantos pares do avô que, apesar de terem usado tais expedientes, agora o acusam “indignados”.
A mesma guerra psicológica e hipócrita já foi desencadeada contra outros políticos acusados exclusivamente por práticas que, na verdade, são comuns a grande parte de seus acusadores na classe política, os quais, por integrarem os partidos aliados à imprensa que denuncia, são sempre poupados.
É uma guerra política. Se Lula ceder seu governo acabou, no que depender do Legislativo. Só poderá governar com o que não depender daquele Poder. O Senado barrará todas as iniciativas da Câmara, onde o governo federal tem maioria. 
Essa é a razão para só estarem acusando Sarney por práticas que envolvem praticamente todos os seus pares, independentemente se de partido do governo ou da oposição. E aí cabe a cada cidadão decidir se é isso o que quer para o país, que seu governo fique manietado até 2011 num mundo que atravessa a pior crise econômica dos últimos 80 anos.
Vale lembrar que, se o governo não puder funcionar normalmente, o prejuízo será da população, sobretudo da população mais pobre, mas com efeitos nefastos em todas as classes sociais. 
O que fazer, então? Deixar tudo como está para Sarney? 
Bem, por mim, podem malhá-lo feito Judas, contanto que façam o mesmo com cada um dos que têm o mesmo tipo de supostos passivos “éticos” pesando contra si, a começar pela filha do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. 
Ou, então, locupletemo-nos todos.


quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Ação Direta



"A força não provém da capacidade física e sim de uma vontade indomável.”
Mahatma Gandhi


Você, caro amigo, que anda desanimado com toda a sujeira que há na política, que anseia um país melhor e sente-se impotente diante da safadeza e da cegueira instaladas, você pode agir decisivamente para uma mudança sim, mesmo que não pareça.
Uma coisa é certa: passar raiva, se estressar, desanimar, ter medo etc. não vai mudar nada!
Esperamos um político combativo, que nos salve do monstro economidiatico, mas não movemos uma palha para contribuir com uma mudança. Sem entrar nos possíveis méritos da questão, sozinho sempre é mais difícil né?!
O fato é que encontramos a solução para os seus problemas. Não é miraculosa, não é da noite pro dia também, mas é algo que a curto prazo lhe fará muito bem para o espírito e para a saúde, e a longo resolverá a maior parte dos problemas que afligem a sua vida.

PANFLETAGEM, pura e simples, mas sem pregação política.

A idéia é a seguinte: encontre um texto legal, crítico, de fácil leitura e curto – ou escreva um –imprima e/ou xeroque umas 50 cópias (mais ou menos de acordo com suas possibilidades) e, no fim de semana de manhã – ou em qualquer outro dia/horário – ao ir à padaria, sei lá, vá deixando em cada casa de sua rua uma cópia desse texto, boa chance para um passeio matinal, uma caminhada, uma nova amizade com um vizinho... você só tem a ganhar!
Algo legal de se fazer é sempre sugerir os endereços dos blogues que você lê e incentivar as pessoas a procurarem informação por conta-própria. Elas começarão a perceber que não é difícil compreender os motivos dos nossos principais problemas, e, mais poderoso, perceberão que há mais pessoas como elas, buscando uma solução.
Talvez no princípio não muitos leram sua carta, mas com o tempo, um dia ou outro, algo naquela cartinha estranha chamará a atenção e fará sentido; aí estará rompido o lacre.

Participe também contribuindo com textos e distribuindo cartas. 

Que a força esteja com vcs!

Grande abraço a todos,
Coletivo Caipora




quarta-feira, 29 de julho de 2009

Campanha AntiFumo = Campanha Serra 2010

Utilizando-se da máquina pública para sua própria promoção e para ganhar visibilidade para as eleições em 2010, o governador Zé Pedágio (mais conhecido como Serra) instituiu a Política Estadual para o Controle do Fumo. Trata-se de uma campanha com investimento maciço e caráter prioritário para proibir o fumo em ambientes fechados de uso coletivo. A partir de 07 de agosto será proibido fumar em ambientes fechados de bares, restaurantes, danceterias, condomínios etc.
É inegável a importancia da iniciativa para a saúde. A maior parte da população não fuma, se sente incomodada com a fumaça do cigarro alheio, detesta chegar da balada cheirando a cigarro... tem também o lado dos garçons e outros funcionários, que estão expostos à fumaça e aos malefícios do cigarro...
Porém, a campanha tem tomado proporções que estão muito além do impacto real do fumo em ambientes coletivos, na saúde e na qualidade de vida da população.

A sinalização de proibição de fumo

Quanto às exigências determinadas na Lei Antifumo e em seus decretos regulamentadores, todos os estabelecimentos terão que afixar uma placa padrão de proibição do fumo, a qual tem o desenho do Estado de São Paulo em vermelho com um cigarro cortado, o que é justamente o logo da campanha. A sinalização usual, de um círculo em vermelho com um cigarro cortado, não vale, não atende a esta nova Lei. Por que??? Agora, me diga, qual é o propósito de se obrigar o estabelecimento a utilizar o logo da Campanha AntiFumo, promovido pelo governo do Estado? Porque não é suficiente a sinalização universalmente conhecida e difundida? Isso soa muito mais como publicidade do governo estadual do que como uma medida para garantir o cumprimento da Lei.

A proporção da campanha

Como se já não bastasse o governo do Estado mobilizar verba pública para:

1. pagar aos técnicos da Vigilância Sanitária exclusivamente pela participação na campanha um valor que pode chegar a até R$ 3200,00 mensais (muito mais do que ganham professores estaduais, policiais, médicos do HC etc.); e
2. gastar com publicidade nos meios de comunicação e com transporte dos fiscais em veículos oficiais e contratados (com giroflex azul para chamar mais a atenção);

Saiu hoje no sitio do Centro de Vigilância Sanitária do Estado de São Paulo o edital Pregão Eletrônico 004/09, o qual visa a contratação de empresa especializada em eventos para a confecção dos seguintes materiais promocionais e de comunicação visual, para serem distribuídos no Metrô, parques, bares, restaurantes etc (repare bem):

- 180.000 (cento e oitenta mil) porta-retratos magnéticos. Material a ser produzido com manta magnética e acabamento de alta qualidade, alto alvura 250g/m. Acabamento em verniz Uv ou termo laminação (Prolan), tamanho 15 x 21 cm, espessura imã 0,3 mm.
- 10.000 (dez mil) pen drives personalizados (formato logo campanha), material em acrílico, impressão 02 (duas) cores, acabamento em resina transparente, 1GB de memória.
- 60 (sessenta) sacolas promocionais, em PVC cristal 0,40 cm, com alça de 1 MT, dimensões de 55,0 x 35,0 x 20 cm, 4x0 chapado.
- 210.000 (duzentos e dez mil) porta copos, produzidos em cartão paraná cinza, com aplicação de cartão duplex 250 gramas, impressão 4x0 off set .
- 10.000 (dez mil) pins estampados, produzidos em metal, medindo 25 x 25 mm, com logotipo em foto adesivada, com cobertura em resina, com pino e greepfastener no verso, embalado individualmente em saquinho plástico.
- 130.000 (cento e trinta mil) balões cores sortidas, produzidos em látex n. 10, impressão 01 (uma) cor, área de impressão 10 x 10 cm, com enchimento a gás hélio.
- 10.000 (dez mil) bonés modelo americano, produzidos em brim branco, com impressão silk 04 (quatro) cores frontal e nuca, regulador em tecido, com fivela de metal.
- 100.000 (cem mil) card postais, produzidos em papel tríplex 300g, formato 15 x 10,5 cm, impressão 4x4 cores com acabamento BOPP frente e verso.
- 100.000 (cem mil) saquinhos de lixo veicular, produzidos em TNT, formato 17 x 27 cm, impressão 04 (quatro) cores, embalagem individual.
- 10.000 (dez mil) camisetas, gola careca, na cor branca, ½ malha, fio 30.1, 100% algodão cardada 160Gr, punho com lycra na gola e nas mangas,
estampa frente e verso, 04 (quatro) cores (silk), embalagem individual em saco plástico.
- 50.000 (cinqüenta mil) chaveiros, produzidos em metal recortado com banho de níquel, medindo 6 x 4 cm, com gravação em etiqueta resinada com logo da campanha, embalagem individual em saco plástico.
- 300.000 (trezentos mil) de adesivos, produzidos em vinil 190g, formato 21 x 15 cm, impressão 4 x 0 cores, acabamento corte e vinco e refile e faca especial.
- 500.000 (quinhentos mil) folhetos, produzidos em papel couchê brilho 120, tamanho: 15 x 21 cm, impressão 4 x 4, refile e processamento CTP.
- 500.000 (quinhentos mil) folders, produzidos em papel couchê brilho 120g, tamanho 21 x 30 cm (A4 com uma dobra), impressão 4 x 4, dobra central, refile e processamento CTP.
- 300.000 (trezentos mil) displays, produzidos em PVC com 19 polegadas e espessura de 1 mm, com furação especial para aplicação de ventosa, gravação em serigrafia (frontal) 04 (quatro) cores, com 12 cm de diâmetro.
- 3.000.000 (três milhões) gibis 24 páginas + capa (COM BV), incluindo roteiro a partir de briefing passado pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo - SES. Capa, formato 300 x 200 em couchê brilho 90g/m2, 4 x 4 cores, Miolo 24 págs. em Offset 75g/m2, 4 x 4 cores, dobra (Miolo, Capa), Grampo Inox, Pallet.
- 10.000 (dez mil) cartazes, tamanho 40x60 cm, impressão 4 x 0, papel couchê brilho 170g CTP e refile.
- 12 (doze) blimps infláveis promocionais confeccionado em PVC pneumático (Sansuy) 0,23 mm na cor branca, medindo 3,00 m. de diâmetro com 08 gomos e 16 alças soldado eletronicamente, impressão em duas faces de acordo com arte enviada pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo - SES, cores chapadas, traço e/ou impressão digital. Acompanhando cordas de amarração de 0,04 mm de polipropileno, sistema de iluminação interna com grade de proteção, instalado com gás helio em São Paulo/Capital com manutenção diária durante cinco dias, incluso montagem e desmontagem e equipe técnica.
 
Impacto na saúde x impacto nas mentes

Quantos brasileiros morrem por dia por conta do fumo passivo? 
Em uma pesquisa rápida na Internet, encontrei no Terra uma matéria afirmando que, de acordo com o estudo “Mortalidade atribuível ao tabagismo passivo na população urbana do Brasil”, realizado por pesquisadores do Instituto Nacional de Câncer (Inca) e do Instituto de Estudos de Saúde Coletiva da UFRJ, pelo menos 2.655 não-fumantes morrem a cada ano no Brasil por doenças atribuíveis ao tabagismo passivo, ou seja, cerca de 7 brasileiros morrem por dia por conta do fumo passivo. (Clique aqui para ir ao Terra)
Agora, quantos paulistas morrem a cada dia por conta da violência, do despreparo e da falta de recursos da Polícia? Quantos paulistas sobrevivem em condições precárias, em favelas e locais sem a mínima infra-estrutura? Quantos alunos da rede pública não tem acesso a uma educação minimamente decente? Quantos paulistas padecem nos hospitais, nas unidades de saúde e, atualmente, nas AMAs necessitando de tratamento, atendimento e medicamentos?
Assim, qual a relevância de se mobilizar tantas pessoas e tantos recursos, no combate ao fumo passivo? Será que os paulistas não têm problemas mais graves e de muito mais impacto na saúde e na qualidade de vida que demandam maior prioridade que a Campanha AntiFumo? E qual seria o porquê de se abrir um edital para que uma empresa confeccione essa quantidade imensa de material promocional? Com que justificativa?
O impacto desejado não é na saúde, mas na mente do povo. Essa campanha está muito mais para Campanha Serra 2010, que para qualquer outra coisa...